Justificam, muitos
companheiros, o quanto gostariam de ter apurados as faculdades mediúnicas da clariaudiência*, da clarividência**, de modo a contribuírem,
com maior eficácia, no cometimento da caridade com as pessoas deste mundo e as
que já partiram.
Esclarecem que a imperfeição
dos seus registros psíquicos não lhes faculta mais ampla claridade em torno dos
comunicados que têm origem no mundo espiritual.

Possivelmente, do ponto de
vista imediato, tenham razão os que assim se expressam. Em profundidade,
porém, não estão colocadas em correção as justificativas em que se apoiam.
Se estes vissem,
genericamente, as ocorrências que sucedem além da nevoa impedida da visão ou ouvissem
além dos sons que atingem a câmara acústica, seriam dominados por loucura
ampla, por desesperos insofreáveis, porquanto, apesar de todos esses limites,
ainda não conseguem dominar a raiva, nem a inveja, nem a maledicência, nem a
cobiça, nem a sensualidade, inimigos que trazem dentro de si, para vencidos,
lograrem o melhor apuro na sensibilidade espiritual com que perceberiam melhor
o Mundo de onde procede a vida.
Não experimentando em maior intensidade
o fluido dominador dos espíritos que deles se acercam, deixam-se, não poucas
vezes, tresvariar por excessos, por distúrbios nervosos, por distorções que, se
dessem mais ampla vazão, ou conseguissem melhor filtragem do processo do
intercambio psicofônico, o tumulto e o desiquilíbrio governariam, em detrimento
da ordem, da disciplina e da elevação.
Encontrassem os
doutrinadores, médiuns que bem coassem o pensamento dos desencarnados, e seriam
travadas discussões inócuas, verbalismo pomposo, mas de pequena significação,
discursos e instruções para o próximo, olvidando-se da renovação íntima, de
cuja forma moral se extrai o fluido que convence sem palavras, que norteia com
poucas palavras.
Em qualquer circunstância, a
caridade e o exemplo devem ser molas propulsoras para os resultados felizes,
que se esperam.
Entregue-se a uma conduta
correta, não apenas pública, mas, em particular – aquela que os espíritos acompanham
e registram – e verás que o intercâmbio será mais fácil.
Diminuindo as vibrações
pesadas os registros serão mais sutis e adaptáveis
a corrente de amor à vida, com frutos que serão sazonados.
Corrigir-se, elevar-se,
pontificar-se no bem, são, também, exercícios de mediunidade.
clariaudiência* - faculdade mediante a qual ouve vozes, sons, palavras, ruídos, sem a utilização do sentido da audição.
clarividência** - forma de percepção visual além dos olhos físicos, que torna possível ver as bioenergias, espíritos.
Fonte: CLEOFAS, João (Espírito) – Intercambio mediúnico /
pelo espíritos João Cleofas; transcrição de Divaldo P. Franco – Salvador, BA;
Livr. Espírtia Alvorada, 1986.
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