quinta-feira, 19 de julho de 2012

O Sermão da Montanha III


Então vem Jesus e anuncia na montanha:

❈ 
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; 
Mateus 5:9
❈ ❈ 


     Aqueles que proporcionam a paz, mas para proporcionarem a paz eles devem ser pacíficos, porque sendo pacíficos estão em harmonia, e harmonizados eles harmonizam, não há contagio mais poderoso do que o contagio do bem, quando nós nos acercamos de alguém que é bom desejamos ser igual a uma empatia que nós nem sabemos explicar, a uma onda de alegria que nos invade, assim também ser pacificador é algo soberanamente nobre. Porque nós nos tornamos o polo de energia através do qual o bem proporciona a paz, em latim patificare é fazer a paz Pax efatere. Então fazer a paz é carregar esse tesouro de harmonia intima e onde quer que se esteja estar-se sempre em paz, então nossa paz não irá depender do lugar onde estamos é necessário que essa paz venha de dentro. Então é necessário sermos também pacificadores nesse estado de estarmos pacificados em nosso mundo intimo. Diante de qualquer desafio fazer a parte que lhe diz respeito lembrando que você sempre pode ir um pouco mais, mas o resto é de Deus.

     Já afirmava Abbé Pierre um sacerdote católico francês. Morreu com 94 anos. Revoltado ao constatar que num país rico como a França morriam, devido ao frio, pessoas que dormiam na rua, o Abbé Pierre, que se iniciou na ordem franciscana e passou pela dos capuchinhos, falou em 1954 aos microfones da Rádio Luxemburgo, para lançar alertas no sentido de recolher apoio, doações para salvar os mais pobres de uma morte certa.

"Toda vez que tenho um problema eu grito por Deus e oro, e tenho a impressão de que ele não vai chegar a tempo, depois que o problema passa ele chegou dez segundos antes e resolveu o problema".

     Mas nós queremos as soluções ao nosso modo, então fazer a paz é manter essa realização interior que plenifica, nem é importante que os outros saibam, mas se nós chegarmos nós irradiamos, quem não gostava de estar ao lado de Xico, de Madre Tereza da Irmã Dulce, de Agostinho dos nobres da ciência, da arte em qualquer área em que exulte a paz a beleza, nós gostamos de pessoas bela, física, psíquica, moral emocionalmente, daquelas pessoas que nos irradiam daquilo que tem dentro, sem necessidade de dizer, somente permanecer em silencio ao lado dessas pessoas. Aprendemos a fazer silencio para ouvirmos o amor. Aprendemos a fazer silencio para escutarmos a Deus. Então por isso Jesus diz com toda propriedade bem aventurado os pacificadores.

     Narra o evangelho que logo depois que Jesus se foi Pedro e João, ficaram morando perto de Jerusalém e certo dia os dois apóstolos foram ao templo e meditando a respeito das palavras do amor não amado, quando eles saiam os paralíticos que ficavam a porta, um deles estendeu-se a mão e disse dá-me uma ajuda sou paralitico e Pedro disse não tenho prata nem ouro para te dar, mas o que tenho dou-te, levanta-te e anda, o paralitico abriu o olho levantou-se e andou, ele deu-se não deu do que tinha, porque não tinha nada, deu daquilo que era. Então a partir daí os enfermos eram colocados na calçada para que ele e João quando saiam do templo a sua sombra caísse sobre os enfermos e curasse-os, era imagem na projeção do sol, o seu magnetismo, conseguimos olhar a paz refletida nos olhos das pessoas, a maneira tranquila de caminhar, de falar, de viver, a paz não se perturba ela é o estado interior do individuo, mas quando nós nos vestimos de paz qualquer coisa rompe porque se alguém puxar com força leva nossa paz é a vestidura,

Então disse Jesus:
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Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. João 14:27
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     Qual é a paz do Cristo que só ele pode dar? É essa auto descoberta é esse cristificar-se profano na linguagem exotérica e cristificado. Como é o individuo cristificado aquele que é Santo? Não, Não, esta santificando-se porque se ela já é, não tem lugar para ele aqui, ele vai para os céus das tradições. A nossa tarefa atual é de alto cristificação. Uma irritação, quem não a tem? Uma pessoa insistente, nós explicamos ela não entende ou não quer entender, O que nos custa ser pacificador?

Então Jesus vai adiante: "Bem aventurado os tristes"

Aqueles que têm uma tristeza atitude e não aqueles que têm uma atitude de tristeza.

     A atitude de tristeza é não viver na algaravia, ser alegre interiormente e harmônico exteriormente, como fazemos um ruído desnecessário e como a nossa tristeza é deprimente, é a nossa tristeza de ver o mundo tão agressivo e sofrido e nossa alegria de sermos embaixadores de Deus no mundo triste, essa é a atitude a atitude te triste e não a triste atitude a triste atitude é aquela da revolta, da amargura da queixa do desespero, essa é uma triste atitude, mas atitude triste é ver o crime a impunidade nossa ausência de recursos, o deboche a desonestidade onde não deveria estar, pelo menos na aparência, mesmo que não fosse em profundidade. É o grande momento de transição da Terra. Essa atitude que nos coloca tristes é ver quão pouco podemos fazer pelos outros, devendo tudo investir para não nos tornarmos iguais aos outros que tombaram, agora a atitude triste deplorável essa nós deveremos superar, porque quando nós elegemos o bem temos que abandonar alguma coisa aquilo que antes nos dava prazer o cigarro o álcool o desvario o sexo desarvorado as lutas pela posse.
     Em um culto religioso da igreja evangélica, na missa católica, na reunião budista, seja onde for que encontre a paz que encontre Deus, até mesmo fora de qualquer religião onde encontre harmonia e saiba e sinta que pode construir algo dentro de si e que esse jogo essa renuncia foi compensador. Então é a tristeza com Deus longe da alegria do vácuo da vida física, daí bem aventurado os tristes.





     E Jesus diz ainda mais:
❋ ❋ 
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; 

Mateus 5:10
❋ ❋ 




     Porque aqueles que sofrem perseguição quase sempre são vítimas de circunstancias deploráveis, essas perseguições insidiosas. Eu te odeio porque não te posso derrubar, eu te odeio porque te invejo a postura. Então todo perseguido não deve ficar magoado deve ficar exaltado, todo aquele que está sobe o estigma da perseguição, de amigos, de confrades, de irmãos de inimigos, devem exultar porque deles é o reino do céus e se essa perseguição for em nome da justiça, melhor.

❆ ❆ ❆ ❆ ❆ 

      Era o ano de 1939 na Áustria narra uma senhora judia.
     Eu morava no país das flores, meu pai era um grande cirurgião austríaco, e minha mãe era uma professora que amava os seus alunos, amava-os porque ela não ensinava para ganhar, não necessitava.
     Todas as noites meu pai nos chamava, a minha mãe a mim e ao meu irmão de quinze anos, a varanda para olhar as estrelas, e então ele nos falava da beleza da vida e de Deus do amor de Jesus para como as pessoas e meu irmão terminava tocando ao violão o Edelweiss (música composta por Richard C. Rodgers, com letra de Oscar Hammerstein para o musical THE SOUND OF MUSIC).
     
     Nós nunca tínhamos motivos para tristeza, só para alegria, no mês de Dezembro tudo mudou, falava-se de um senhor Hitler, que eu menina não sabia quem era, mas nós continuávamos na varanda em nossa casa todas as noites olhando as estrelas nos Alpes, até o dia que chegaram os saldados eles no arrancaram de nossa casa, sem perguntar nada, sem dizer nada nos arrancaram e então meu pai nos disse não se preocupe é por pouco tempo, mas não foi por pouco tempo, colocaram-nos num trem como animais, e a nossa casa mudou, mudou para outra que se chamava campo de concentração, então eles nos roubaram as nossas estrelas, então minha mãe dizia: aqui a nossa estrelas são essas de seis pontas, é a estrela mais bela que existe, a estrela de judeu , e nós ficamos ali e fomos ficando, até um dia que eles pegaram papai e mamãe e levaram para que tomassem um banho, mamãe me olhou profundamente e disse:

"Não esqueça o Edelweiss, nem as estrelas".


Meus pais nunca mais voltaram, mesmo assim como eles não me roubaram a memória, eu cantava o Edelweiss baixinho quando ia deitar, até um dia que pegaram meu irmão jogaram em um trem e ele me disse adeus, e eu nunca soube para onde ele foi, nunca mais. Passaram-se já tantos anos, a vida mudou pouco, eu agora voltei a minha casa, e na varanda eu estou olhando o céu e ouço mentalmente o Edelweiss tocado por meu irmão no violão, as estrelas faíscam, eles roubaram a minha família, roubaram tudo porque disseram que nós éramos judeus, mas na nossa doutrina diz que os perseguidos estarão no reino dos céus e serão chamados filhos de Deus.


Então... Eu descobri que o ser humano é um leão, que tem uma capa de cordeiro por cima então ele se desvela quando é espicaçado por ideais políticos, religiosos, por inveja, por preconceitos, Quando é que seremos um dia cordeiros bebendo no mesmo rio com lobos nos olhando complacentes, então Jesus disse bem aventurados todos aqueles que são perseguidos pela justiça.
 
Nunca nos preocupemos de ser perseguidos, no trabalho ou por um colega invejoso, em casa por uma circunstância de desamor, na rua na comunidade no clube na sociedade no mundo, não nos preocupemos. Os perseguidores já são tão infelizes que não podemos preocupar com eles, mas estejamos atentos para que não nos tornemos perseguidor de ninguém. Essa é a mensagem do sermão da montanha.





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Palestra proferida pelo orador espírita Divaldo Franco.

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